quarta-feira, 7 de março de 2012

A infeliz cidade

Está calor e não sei que horas são, mas já é tarde. O escuro entra em guerra com as luzes da cidade que se vão acendendo. A pequena brisa toca de leve no meu rosto quente e sinto que preciso de estar sozinha, preciso de gritar, preciso de novas rotinas, novos dias.
Respiro fundo e interrompo o choro, de olhos fechados ouço o movimento dos carros a passar por cima dos grandes paralelos, a correria das pessoas e uma simples folha de jornal a dançar junto ao passeio. Abro os olhos e estava cada vez mais escuro e ali estava eu, sozinha sentada num banco de jardim a respirar ao ritmo da noite.
As grandes luzes dos autocarros iluminam os meus olhos brilhantes e eu não precisava de palavras, apenas de um abraço antes que adormecesse com a infeliz cidade.

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